O Ministério Público do Trabalho (MPT) está realizando ao longo deste mês a campanha Maio Lilás, que tem como objetivo estimular a participação dos jovens nos sindicatos de trabalhadores. Esta iniciativa integra um conjunto de ações planejadas no projeto estratégico da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (Conalis) do MPT, chamado Sindicalismo e Juventude. Este projeto será implementado como um piloto nas procuradorias regionais do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), 2ª Região (São Paulo), 4ª Região (Rio Grande do Sul), 17ª Região (Espírito Santo) e 20ª Região (Sergipe).

De acordo com a procuradora regional do Trabalho Viviann Brito Mattos, que lidera a Conalis, o projeto inclui uma análise da diversidade nos sindicatos. Ela ressalta que muitos sindicatos não possuem representação da juventude em suas estruturas e não estão alinhados com as lutas dos jovens trabalhadores, que enfrentam crescente subemprego e precarização.

O objetivo do projeto é facilitar o diálogo social entre a juventude trabalhadora e o movimento sindical, visando fortalecer a voz dos jovens e proteger seus direitos trabalhistas. A falta de representatividade dos jovens nos sindicatos pode resultar em perdas nas negociações coletivas e contribuir para a precarização dos direitos laborais.

Viviann Brito Mattos destaca que novas formas de trabalho estão surgindo e precisam ser discutidas para garantir um futuro justo para todos. Ela observa que a juventude é particularmente vulnerável a essas mudanças e defende um diálogo contínuo entre os jovens trabalhadores e os sindicatos.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram uma queda significativa no número de filiados com idade entre 16 e 29 anos nos sindicatos, o que representa uma perda de 55% entre 2012 e 2022. A procuradora ressalta que esse declínio não é exclusivo do Brasil, e atribui a falta de filiação a diversos fatores, incluindo representações sociais negativas sobre os sindicatos.

A campanha Maio Lilás, que ocorre desde 2017, continua até o final deste mês. O nome e a cor foram escolhidos em homenagem aos trabalhadores que lutaram por melhores condições no final do século 19. A cor lilás é uma lembrança das mulheres trabalhadoras que foram vítimas de um incêndio em uma fábrica em Nova York, em 1857, enquanto reivindicavam salários justos e redução da jornada de trabalho.