Fundação Palmares completa 35 anos de resistência
Instituição enfrenta ataques políticos enquanto reforça a valorização da cultura negra no Brasil

Em 22 de agosto de 1988, foi criada a Fundação Cultural Palmares, com o objetivo de valorizar a cultura negra e reconhecer a importância fundamental do povo preto na formação do Brasil. Desde sua criação, a Fundação se tornou um símbolo de resistência, memória e busca por justiça social e reparação histórica.
Nos últimos anos, no entanto, a Palmares sofreu ataques intensos por parte da extrema direita. Houve tentativas de esvaziar sua relevância, distorcer sua missão institucional e até mesmo negar a influência africana em nossa trajetória nacional. Esse movimento político visa silenciar a contribuição negra, enfraquecer comunidades quilombolas e transformar a Fundação em um espaço de apagamento, e não de valorização. A disputa em torno da Palmares reflete diretamente a luta pelo reconhecimento e pelos direitos da população negra no Brasil de hoje.
Num país onde 84% das pessoas negras relatam ter enfrentado racismo, e onde um negro tem 2,7 vezes mais chances de ser assassinado do que um não negro (segundo o Atlas da Violência 2023), a Fundação Cultural Palmares não pode ser tratada apenas como uma instituição cultural. Ela deve ser fortalecida como trincheira política: um espaço estratégico de enfrentamento ao racismo, de preservação da memória negra e de promoção de políticas públicas voltadas à reparação histórica e à superação das desigualdades raciais.
Porque o Brasil é um país negro: erguido com o trabalho escravizado, sustentado pela resistência dos quilombos e enriquecido pelas culturas afro-brasileiras. Fazer justiça à história não é uma opção: é obrigação de uma nação que só existe porque o povo negro a construiu.
Relembrando:
No dia 2 de outubro, os diretores Fabiana Ramos, Leonardo Cruz e Lissa Pesci, representando as empresas Fundepag, Venturus e Eldorado, participaram de um seminário-entrevista na Universidade Zumbi dos Palmares. Assista o vídeo:
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