SINTPq manifesta apoio à greve dos trabalhadores da Unicamp
Paralisação teve início na manhã de ontem, 15 de dezembro, e segue até hoje, terça-feira, 16, contra o projeto de autarquização da área da saúde da universidade.

Foto: Divulgação / STU
O Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq) manifesta apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Unicamp e ao movimento organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), iniciada na manhã de segunda-feira, 15 de dezembro, e mantida até hoje, terça-feira, 16, em protesto contra o projeto de autarquização da área da saúde da Universidade Estadual de Campinas.
O projeto em debate propõe a transformação do complexo de saúde da universidade em uma autarquia, medida que tem gerado ampla preocupação entre servidores, entidades representativas, comunidade acadêmica e aos trabalhadores da Funcamp. A iniciativa aponta para a precarização das condições de trabalho, o enfraquecimento do caráter público da saúde universitária e impactos diretos na qualidade do atendimento prestado à população.
Entre os mais atingidos por essa proposta estão os trabalhadores e trabalhadoras da Funcamp, que atuam diretamente nas unidades de saúde da Unicamp e podem ser os principais prejudicados com a autarquização. Mesmo sendo parte essencial do funcionamento do complexo hospitalar, esses profissionais sequer foram ouvidos no processo de formulação do projeto, o que evidencia a ausência de diálogo e a desconsideração com quem sustenta diariamente os serviços.
Além de afetar os trabalhadores, a autarquização ameaça o atendimento à população usuária do Sistema Único de Saúde e compromete o desenvolvimento de pesquisas na área médica, uma vez que altera profundamente a lógica de gestão de um complexo que integra assistência, ensino e pesquisa. Trata-se de um projeto que não foi debatido com a comunidade universitária e com os trabalhadores e que ignora os impactos estruturais dessa mudança para a produção científica e para a formação profissional na área da saúde.
Causa ainda maior preocupação o fato de essa proposta ser apresentada pelo atual governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já manifestava críticas ao modelo de autarquização em 2021 e agora o retoma como solução para a universidade. Essa contradição se insere em um projeto político marcado pela defesa do Estado mínimo, pela terceirização de serviços públicos e pela transferência da gestão para organizações privadas, um caminho que tem produzido graves consequências em outras áreas, como demonstram a privatização da Sabesp e do setor elétrico, que resultaram em piora dos serviços e sucessivos prejuízos à população.
O SINTPq entende que a autarquização da saúde da Unicamp, sob a condução de um governo com esse perfil, representa um sério risco de desestruturação do serviço público, com impactos duradouros para trabalhadores, usuários e para a própria missão da universidade pública.
O SINTPq reafirma sua solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da Unicamp, da Funcamp e ao STU, defendendo o diálogo, a transparência e a participação efetiva da comunidade universitária nas decisões que impactam diretamente o trabalho, o serviço público, a pesquisa e o atendimento à população.
Campinas, 16 de dezembro de 2025.
José Paulo Porsani
Presidente do SINTPq











