Notícias | Sindicato dos bancários negociam benefício a demitidos do Itaú

Sindicato dos bancários negociam benefício a demitidos do Itaú

A união sindical é fundamental na defesa contra práticas antissindicais

08/10/2025

itauforca

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região obteve, por meio de mediação no TRT-2, uma proposta de compensação para os bancários demitidos entre os dias 8 e 10 de setembro. A proposta inclui pagamento compensatório, indenização fixa, benefícios e manutenção de certas condições contratuais às demissões aderidas.

A CUT / Contraf-CUT, junto ao movimento sindical bancário, tem destacado que essas demissões foram executadas sem diálogo, advertência ou transparência, o que configura grave afronta às normas de representação sindical e aos direitos dos trabalhadores. O banco foi criticado por adotar postura intransigente, mantendo as dispensas mesmo sob pressão das entidades, e por recorrer a justificativas baseadas em “falta de aderência ao home office” que não consideram falhas técnicas, contexto de saúde ou complexidade do trabalho remoto.

Mais do que resolver apenas esse caso, o movimento sindical chama atenção para um problema maior: o uso do controle digital como forma de vigiar e punir trabalhadores, resultando em demissões injustas. As entidades também criticam a falta de diálogo e o desrespeito à negociação coletiva, que deveria ser a base de qualquer decisão que afete tantas pessoas.

O SINTPq, alinhado a essa visão, manifesta solidariedade aos bancários atingidos, e reforça que o diálogo, a negociação coletiva e a unidade sindical nacional são instrumentos imprescindíveis para enfrentar práticas corporativas antissindicais e garantir que avanços tecnológicos não sirvam de pretexto para precarização ou desrespeito.

Etenda o caso

O Itaú Unibanco demitiu, nesta segunda-feira (8), cerca de mil trabalhadores em regime remoto, alegando “baixa aderência ao modelo home office”. A decisão, tomada sem diálogo prévio com o sindicato e sem advertências, reacendeu debates sobre monitoramento, produtividade e direitos trabalhistas.

Nos últimos anos, softwares de gestão passaram a medir produtividade em tempo real, acompanhar acessos e registrar atividades no computador. Embora apresentados como ferramentas de gestão, esses mecanismos geram preocupações sobre privacidade, saúde mental e respeito à legislação trabalhista. O problema surge quando a avaliação se reduz a métricas frias, sem levar em conta a qualidade das entregas ou o contexto de cada trabalhador.

Quando a gestão foca no monitoramento minucioso de cada ação – cliques, tempo de tela e movimentações em sistemas – o objetivo deixa de ser a entrega de resultados e passa a ser a vigilância constante. Esse modelo, conhecido como microgestão, não oferece clareza sobre prioridades e metas, incentivando o trabalhador a “mostrar atividade” em vez de produzir valor, o que pode gerar frustração e sensação de desvalorização. Estudos da Associação Americana de Optometria (AOA) apontam que longos períodos diante do computador, sem pausas, podem causar fadiga ocular, dores musculares, estresse e até burnout. Além disso, a percepção constante de monitoramento contribui para ansiedade e desgaste emocional, prejudicando o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

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