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Importação e juro alto já afetam o emprego

18/08/2011

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

O primeiro resultado negativo para o emprego na indústria brasileira desde julho de 2009 aconteceu em junho último e foi causado pelo aumento dos juros e das importações, apontou estudo do IBGE divulgado na última quinta-feira (11).

 “Esse movimento de redução no ritmo de contratações é fruto não só de políticas que acabam encarecendo o crédito, mas também da maior entrada de produtos importados no mercado interno”, afirmou o economista André Macedo, coordenador do levantamento.

 Segundo o estudo, o nível de emprego acumulado nos últimos 12 meses continua em alta. Mas seu ritmo de crescimento já caiu 3,9% desde fevereiro deste ano.

 O resultado dessa queda é a diminuição de 0,2% no emprego industrial em junho na comparação com maio. O rebaixamento do nível de emprego em um mês na relação com outro não acontecia desde julho de 2009.

 Ele foi puxado pelo Estado de São Paulo – o mais industrializado do País –, onde o número de pessoas empregadas baixou 1,5%. No Paraná – um Estado com forte emprego agrícola – o nível teve alta de 6,4%.

 A redução foi puxada, pela ordem, por fabricantes de produtos de metal, têxteis, calçados e couro, máquinas e equipamentos, borracha e plástico.

 “Até mesmo os segmentos que mostravam crescimento intenso, agora mostram uma expansão menor do que em meses anteriores”, disse Macedo.

 “Isso ocorre com os setores de alimentos, máquinas e equipamentos e meios de transporte”, prosseguiu. “Eles permanecem com resultados positivos, porém em expansão menor do que o observado em meses anteriores”, explicou o economista.

 Segundo o mesmo estudo, em junho de 2011, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 0,6% após 16 taxas positivas consecutivas.

 Assim como o nível de emprego, as horas pagas cresceram 1,6% no ano, mas desaceleraram em relação aos meses anteriores. 

 

Sindicato antecipou diagnóstico

O alerta do risco da importação sobre o emprego é feito pelo Sindicato desde meados do segundo semestre do ano passado. A crítica à alta dos juros também é antiga e antecipava os resultados agora confirmados.

 O cuidado com os dois pontos surgem com destaque no documento elaborado por metalúrgicos do ABC e São Paulo e pela e Fiesp durante seminário de maio e entregue ao governo federal.