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IPT Open: SINTPq denuncia privatização velada do IPT em audiência pública

Na última segunda-feira (25), a pesquisadora do IPT e diretora do SINTPq, Priscila Leal, participou de audiência pública com o tema ‘A Privatização Velada do IPT e da Universidade Pública’.

28/10/2021

Na última segunda-feira (25), a pesquisadora do IPT e diretora do SINTPq, Priscila Leal, participou de audiência pública com o tema ‘A Privatização Velada do IPT e da Universidade Pública’. O encontro foi transmitido no canal do deputado estadual Carlos Giannazi no Youtube e contou com a participação do parlamentar, do diretor da ADunicamp, Paulo César Centoducatte, da presidenta da ADUSP, Michele Schultz Ramos e do sociólogo Lucas Gariani.

Em sua participação, Priscila criticou o modelo do IPT Open Experience, iniciativa que permite que empresas privadas instalem laboratórios e desenvolvam pesquisas dentro do campus do IPT. A diretora expressa a preocupação dos trabalhadores, visto que as empresas estão avançando na ocupação do Instituto. Diferentemente do que foi anunciado anteriormente, algumas dessas empresas querem ocupar os mesmos espaços utilizados pelos pesquisadores do IPT, colocando em risco a confidencialidade dos projetos do Instituto.

Outra insatisfação dos trabalhadores é com a gerência dessas empresas. Segundo a pesquisadora, neste modelo de compartilhamento de espaços fica muito complicada a separação entre os interesses das empresas e a missão do IPT.

Uma das empresas anunciadas em 2021 como parceiras do IPT nesse modelo é a faculdade particular Inteli (Instituto Brasileiro de Tecnologia e Ciência da Computação - IBTCC), que já está remodelando alguns prédios do campus do IPT, inclusive prédios de interesse histórico. A faculdade é dos mesmos sócios do banco BTG Pactual, André Esteves e Roberto Sallouti. De acordo com documento publicado pelo Inteli, a instituição de ensino deverá pagar ao IPT uma contrapartida financeira de 37 milhões de reais nos próximos 15 anos, aproximadamente 2,5 milhões de reais por ano.

“Esses valores são muito pequenos quando comparados a dotação orçamentária do IPT, que gira em torno de 100 milhões de reais, e que não dá conta das despesas com infraestrutura e folha de pagamento do Instituto. Então, na minha avaliação, é um investimento pífio”, comentou Priscila.

A entrada cada vez maior de empresas privadas no Instituto e a redução do número de funcionários concursados, de acordo com levantamento do sociólogo Lucas Gariani, sinaliza a entrega do patrimônio público a empresas privadas, que não buscam atender aos interesses da população.

Sobre o tema, o deputado estadual pelo PSOL Carlos Giannazi afirma: “Há em curso uma tentativa de privatização da universidade pública e dos nossos institutos de pesquisa, quando não a extinção. [...] o governo Doria é contra a ciência, a tecnologia e a educação”.

Confira a audiência na íntegra