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Semana do Meio Ambiente: Brasil respira novos ares, mas desafios ainda são grandes

O SINTPq, a CUT e seus demais sindicatos filiados estão atuando em várias frentes para apoiar a defesa das áreas de preservação e dos recursos naturais brasileiros

06/06/2023

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A Semana e o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrados em 5 de junho, representam uma ocasião especial para o Brasil neste ano, pois marca os avanços alcançados na preservação ambiental. Após quatro anos de governo de Jair Bolsonaro (PL), que resultaram em ações prejudiciais ao meio ambiente e colocaram o Brasil em posição de adversário nessa área, o país voltou a desempenhar um papel de destaque no diálogo internacional.

Os últimos anos foram caracterizados pelo aumento da devastação dos recursos naturais e pelo alarmante crescimento do desmatamento na região Amazônica, entre outras ocorrências devastadoras. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas na Amazônia, o principal bioma brasileiro, houve um aumento de mais de 11% na área desmatada em 2022 em comparação com o ano anterior, totalizando uma perda de 10.267 Km².

Com o fim dessa "era", o país tem a oportunidade de respirar novamente. No entanto, a defesa do meio ambiente ainda está em andamento e envolve outros atores, como grandes corporações e até mesmo governos de países desenvolvidos, que adiam decisões importantes para a redução das emissões de gases de efeito estufa, enquanto cobram ações dos países em desenvolvimento, como o Brasil.

O SINTPq, a CUT e seus demais sindicatos filiados atuam em várias frentes na defesa do meio ambiente. Em particular, eles buscam construir e articular um diálogo com o governo e os movimentos sociais, com o objetivo de trazer os trabalhadores para o centro das discussões e da consulta sobre o plano nacional de transição justa.

Além de agir nas articulações políticas, as entidades sindicais estão buscando incorporar a pauta da transição energética ao cotidiano dos trabalhadores. É fundamental que esse assunto não se restrinja a debates entre especialistas e ecologistas. Mais do que isso, essa agenda não deve ser monopolizada por empresários que se aproveitam do tema para promover uma imagem de sustentabilidade, enquanto que, na realidade, não têm o menor respeito pelo meio ambiente.

Atuação governamental

A CUT, em parceria com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), fez um mapeamento dos 100 primeiros dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com foco na relação entre os temas meio ambiente, energia, indústria, transição justa e mundo do trabalho.

O estudo foi feito com base nos dados publicados em websites oficiais de diferentes órgãos do governo como Planalto; Casa Civil; Ministério da Fazenda; Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Ministério de Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; e Ministério do Trabalho e Emprego.

Ainda que desafios tenham de ser superados, o levantamento mostrou que depois de quatro anos do governo Bolsonaro , o presidente Lula tem intensificado uma agenda de reconstrução da política ambiental frente ao desmonte dos últimos anos, com iniciativas concretas do âmbito federal.

Entre essas iniciativas, a CUT destaca o debate de transição justa e trabalho decente, tema que não pode faltar no projeto de reconstrução do país.

FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL