SINTPq apoia luta dos trabalhadores da saúde de São Paulo
Em carta aberta, trabalhadores de saúde de São Paulo denunciam péssimas condições de trabalho e exigem a contratação de mais profissionais
O SINTPq se solidariza e manifesta seu apoio a todos os trabalhadores e trabalhadoras da saúde do município de São Paulo e de todo o país, que desde o início da pandemia, vêm sofrendo ainda mais com a falta de recursos e a precarização das condições de trabalho.
Sindicatos de trabalhadores da saúde de São Paulo assinaram, na última quinta-feira, dia 13, carta aberta denunciando as péssimas condições para o atendimento à população e exigindo a contratação de mais profissionais nas UBSs.
Segundo os sindicatos, a piora das condições de trabalho deriva principalmente da sobrecarga gerada pelo aumento da demanda nas UBSs desde o início da pandemia. Além dos serviços rotineiros, atualmente, os profissionais precisam se dividir entre coletas de exames relacionados a suspeitas de COVID-19, suporte à vacinação, atendimento a sintomáticos respiratórios e pacientes com sequelas da COVID-19.
De acordo com a carta, prefeitura e OSS parceiras nunca ofereceram a contratação de mais profissionais, mesmo com tamanho aumento no número de atendimentos. “Pelo contrário, os funcionários responsáveis pela vacinação, coleta de PCR para COVID-19 e atendimento a pacientes com síndrome gripal foram realocados de outras funções nas UBSs, deixando profissionais de todos os setores sobrecarregados e a população sem atendimento adequado”, afirma a publicação.
Outra queixa importante dos profissionais de saúde é sobre o desabastecimento. Faltam equipamentos básicos e medicamentos para lidar com a COVID-19 e a epidemia de influenza. De acordo com o texto, equipamentos como lençóis para maca, luvas e oxigênio são escassos, enquanto as farmácias são impactadas pela falta de dipirona, ibuprofeno, antibióticos, entre outros.
Mesmo diante da situação crítica e do aumento exponencial da carga de trabalho, não há pagamento de horas extras a esses profissionais. “Muitos feriados foram cancelados para manutenção dos atendimentos de sintomáticos respiratórios; além disso, abrimos os postos de saúde diversas vezes aos finais de semana para campanha de vacinas - com equipe mínima. Recentemente, nossos empregadores nos obrigaram (e obrigam, via convocação informal por WhatsApp) a trabalhar todos os sábados em UBSs para suprir a demanda de sintomáticos respiratórios (com exceção dos ACS). Os nossos horários de descanso estão cada vez mais raros”, afirmam.
Diante da grave situação denunciada, os trabalhadores exigem - por meio da carta aberta - que profissionais não sejam obrigados a trabalhar aos sábados e feriados, e que sejam pagas horas extras aos que o fizerem, a contratação de mais profissionais, o diálogo com a gestão pública e o respeito à sua saúde.
Em apoio às reivindicações desses trabalhadores e trabalhadoras, a diretora do SINTPq e trabalhadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) - localizado em São Paulo - Priscila Leal, reprova a postura do governo no combate à pandemia.
"É inaceitável que, em plena pandemia, os estados e municípios não ampliem os investimentos na saúde da população. Com a entrada da variante Ômicron, muitos profissionais estão sendo afastados e não há substituição de mão de obra para os já esgotados profissionais da saúde. É imperativa a contratação urgente de profissionais para atuação no sistema público de saúde. Estamos vivendo a pandemia da covid-19 desde o começo de 2020 e, até agora, não há nenhum plano governamental para a contenção adequada da pandemia", critica a diretora.
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