Notícias | Após mais de 20 anos na Presidência do CPqD, Helio Graciosa renuncia

Após mais de 20 anos na Presidência do CPqD, Helio Graciosa renuncia

29/05/2015

Em um comunicado curto e direto, em que demonstra impotência e perda de prestígio para continuar na frente da instituição, o Presidente do CPqD, Hélio Graciosa, renunciou ao cargo que ocupa desde 1994.

Graciosa sai em um momento de dificuldade financeira da instituição, pois já não conseguia ter a interlocução necessária com os gestores do Governo e com o próprio conselho curador do CPqD. Assim, sua permanência estava prejudicando a empresa. Além do mais, não é saudável para uma instituição de P&D que tem a inovação como meta ter a frente o mesmo quadro de dirigentes por tanto tempo.

O sindicato tentou, por diversas vezes, discutir com a empresa mudanças de rumo, estratégia e ação, na expectativa de ver o CPqD novamente como um centro de pesquisa.

O momento precisa ser encarado como uma oportunidade de resgate do CPqD enquanto Centro de Pesquisa, repensando sua atuação, com foco em TIC e reaproximando a instituição das demandas do Estado brasileiro. O Estado deve ser o indutor e parceiro do CPqD e não cliente.

Funttel

O CPqD não apresentou um Plano de Aplicação de Recursos conforme decisões do Conselho Gestor do Funttel, que orientavam a exclusão dos projetos TUDOIP e TSAM do Plano.

No entanto, os valores destinados ao TUDOIP e TSAM poderiam ser realocados em outros projetos correntes, ou mesmo poderiam ser propostos novos projetos, alinhados com o conselho, até o limite de R$ 35 milhões no ano de 2015. Segundo interlocutores do MiniCom, o presidente do CPqD, por sua vez, preferiu apresentar recurso quanto à decisão (contingenciamento) do Funttel, atrasando todo procedimento e que esse seria o motivo da não liberação até o momento dos valores. Acontece hoje a reunião do Conselho Gestor e o assunto será tratado.

Salários e empregos

Nas últimas semanas tivemos a notícia de que o salário de maio dos trabalhadores poderia não ser pago devido à situação financeira da instituição. Com essa informação, os diretores do SINTPq procuraram o Conselho Gestor do Funttel solicitando que os recursos fossem liberados de forma imediata e os problemas resolvidos depois. O dinheiro ainda não veio, mas a folha de pagamento será paga, nos garantiu o RH.

Desde o fim do ano passado o CPqD tem demitido muitos trabalhadores, principalmente os mais antigos na empresa. Levando insegurança aos seus funcionários e penalizando aqueles que por anos se dedicaram a excelência do Centro.

Entendemos que os trabalhadores não devem pagar a conta pela crise e que, em momentos como esse, as direções da empresa devem ter consciência de que sucatear a instituição está longe de ser a solução dos problemas.

Por sua vez... reestruturação!

Sobre a reestruturação e fusão de duas diretorias (DSB e DSSO), Graciosa adimitiu que poderão ocorrer realocações e demissões em todos os níveis da empresa.

O SINTPq apresentou alternativas para evitar demissões, como redução da jornada de trabalho, lay-off ou até mesmo um Programa de Demissão Voluntária (PDV), e propôs a suspensão de qualquer processo de demissão e abertura de discussão com o sindicato.

O CPqD continua

Neste momento, nos colocamos, mais uma vez, em defesa do CPqD, ao lado dos trabalhadores. Que essa nova etapa resulte na reconstrução do Centro de Pesquisa que nossa instituição sempre foi. Contribuindo para a produção de conhecimento nacional.

Reiteramos ainda que SINTPq irá empenhar todo seu esforço no diálogo com o Conselho Gestor do Funttel e com o MiniCom para a liberação dos recursos pendentes.

As gestões passam, mas as instituições ficam. Vida longa ao CPqD!