Mais de 55% dos trabalhadores já pensou em deixar o emprego devido ao estresse, revela pesquisa do SINTPq
Dados coletados no ano passado reforçam necessidade de mudança estruturais nas empresas
A 2ª Pesquisa de Saúde Mental realizada pelo SINTPq no ano passado revelou que 55,2% dos entrevistados da base já pensaram em deixar o emprego devido ao estresse. A fatia representa 240 trabalhadores dos 435 que responderam o questionário nesse ano. Na mesma pesquisa, 17% também afirmaram que sempre se sentem estressados no trabalho e outros 29,9% assinalaram que sensação de estresse é frequente.
O questionário foi aplicado de forma online no mês de setembro de 2023 em 30 empresas que fazem parte da base do sindicato. Em relação ao ano de 2022, adesão à pesquisa foi 136% maior. Para o SINTPq, a pesquisa serve de ferramenta para diagnosticar os espaços de trabalho e de que forma eles têm influenciado no psicológico e bem estar dos trabalhadores.
Os dados totais indicaram que a maioria dos trabalhadores está estressado e também já pensou em deixar o emprego devido a esse motivo. A maioria também acha que a situação melhoraria com a presença de um psicólogo na empresa e que o modelo de trabalho home office auxilia no bem estar e na saúde mental.
Na primeira pesquisa, realizada em 2022, 183 trabalhadores de 29 empresas participaram. O cenário se manteve estável em relação aos indicadores obtidos por meio da nova pesquisa.
No ano passado, a fatia de trabalhadores que já havia pensado em deixar o emprego por conta do estresse era de 62,3% e o índice de pessoas que se sentiam frequentemente estressadas do trabalho também era maior: 42,1%
Mas da mesma forma como esse ano, a avaliação de que o modelo home office, híbrido e integral é melhor para o psicológico foi a maioria. Em 2022, a resposta obteve 60,1% - na nova pesquisa, esse índice subiu para 67,4%.
Em ambos os anos, também foi solicitado que os trabalhadores avaliassem com notas de a 1 a 5 a atuação da empresa no cuidado com a saúde mental dos funcionários, sendo 1 nenhuma atuação e 5 uma atuação satisfatória. Em 2022, a maioria, 26,8%, assinalou a opção 3, seguido pela avaliação de número 2 (25,7%) e 1 (22,5%). Neste ano a métrica se repetiu, com o indicador 3 puxando a liderança na escolha dos trabalhadores (28%), seguido da nota 2 (22,8%) e 1 (21,4%).
Quando a pergunta foi se o profissional se sentia confortável para abordar este tipo de assunto no ambiente de trabalho, a maioria que respondeu o questionário no ano passado disse que se sentia parcialmente confortável (42,6%). Neste ano, a maioria já teve outro posicionamento, apontando que não se sente confortável (36,6%). O indicador, no entanto, foi semelhante ao do parcialmente confortável, que atingiu 36,3%. Em 2023, se sentiam confortáveis 26%, enquanto que em 2022, 22,4%.
Em ambos os anos, a maioria também disse que já havia se consultado com um profissional de saúde mental, sendo esse percentual de 57,9%, em 2022, e de 64,1%, em 2023. Disseram que não haviam se consultado 42,1%, em 2022, e 35,9%, em 2023.
Para finalizar a pesquisa, foi questionado se o trabalhador acredita que um profissional de saúde mental contratado para atender os funcionários dentro da empresa melhoraria o ambiente de trabalho. Tanto em 2022 quanto em 2023 os trabalhadores responderam, na maioria, afirmativamente à questão.
A última questão era se os trabalhadores tinham conhecimento sobre as ações do sindicato sobre saúde mental. Em 2023, a maioria, 69,9%, disse desconhecer.
O Sindicato lembra que possui diversas ações no campo da saúde mental para dar suporte aos sindicalizados. O mais recente é o Projeto de Saúde Mental Lidiana Lucindo Moraes. Voltado a várias frentes, ele garante atendimento, estudos, negociações coletivas e canal de denúncias para acolher e amparar a categoria.
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