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Semana da Mulher IPT: Mulher, Ciência e Tecnologia – Estratégias de Inclusão

28/02/2019

Mulher, Ciência e Tecnologia – Estratégias de Inclusão (parte 2)
Ros Mari Zenha, Luciana Casciny Pacifico e Priscila de Melo Leal
Pesquisadoras do IPT

Temos assistido a grandes conferências internacionais da ONU, entre elas a Rio-92, a Cairo-93, a Direitos Humanos 94, A Mulher 95 e a de Ciência e Tecnologia de Budapeste em 99. Nesta, fez-se um mapeamento da situação da participação das mulheres na área de ciência, tecnologia e engenharias.

Apesar dos avanços verificados, o fim da discriminação por gênero ainda é um objetivo longínquo no país. Trata-se de uma realidade econômica e social com raízes históricas e que, por isso mesmo, precisa ser enfrentada com mais determinação pelas instâncias governamentais para induzir mudanças.

Esses comportamentos precisam ser alterados de forma coletiva, em nível institucional. Mesmo assim, isso só ocorrerá se a mudança de mentalidade surgir individualmente entre os responsáveis pelas universidades e também pelas empresas.

Alguns países começaram a investir no desenvolvimento de estratégias de inclusão.

O Ministério da Ciência do Canadá, por exemplo, lançou, em fevereiro de 2017, a campanha Choose Science. O objetivo é incentivar as mulheres a conhecer melhor e optar por áreas Stem (áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática). Também a Academia Australiana de Ciências começou a desenvolver um plano para, em uma década, aumentar o engajamento e a participação das mulheres. Organizações como Girl´sWho Code, Engineer Girl, Girl´s Can Code e @IndianGirlsCode, são alguns exemplos de iniciativas para encorajar meninas e mulheres a explorer essas áreas do conhecimento.

No Brasil, o movimento ainda é tímido.

Um dos casos mais conhecidos é o do projeto Meninas na Ciência (ufrgs.br/meninas na ciência), uma ação de extensão do IF-UFRGS lançado há cinco anos, com o objetivo de atrair jovens para as carreiras em Stem e estimular as mulheres que já escolheram essas carreiras a persistirem e se tornarem agentes no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.

Vários caminhos têm sido propostos para a reversão desse quadro de exclusão, dentre os quais destacamos:

  • • Minimizar a disseminação de pré-juízos nas escolas;
  • • Desenvolver módulos de treinamento sobre igualdade de gênero;
  • • Desenvolver programas e palestras sobre preconceitos inconscientes;
  • • Criar programas de curta duração para professoras e estudantes meninas do ensino médio, em instituições de pesquisa e empresas, com a finalidade de aproximar esse público das atividades de pesquisa e tecnologia;
  • • Abrir as portas das instituições de pesquisa e das empresas para que meninas de escolas de nível secundário possam conhecer os laboratórios e conversar com os e as profissionais com a finalidade de despertar o interesse das estudantes pelas áreas tecnológicas;
  • • Desenvolver um programa de visita de profissionais das instituições de pesquisa e empresas a escolas secundárias para conversar sobre os trabalhos desenvolvidos e despertar o interesse das estudantes pelas carreiras Stem;
  • • Criar grupos nas instituições de pesquisa e empresas que catalisem e informem sobre os progressos na participação das mulheres nas áreas de ciências e tecnologia;
  • • Desenvolver pesquisas sobre o status das mulheres nas instituições de pesquisa e empresas;
  • • Encorajar e estimular a participação das mulheres das instituições de pesquisa e empresas em congressos e eventos relacionados à ciência e tecnologia; e
  • • Aumentar a presença de mulheres em cargos de liderança e gerência.